O equilíbrio do nosso corpo é mantido pela interação de diversos sistemas (vestibular, visual e proprioceptivo), coordenados pelo cerebelo. As informações provenientes desses sistemas devem ser coerentes. Quando há conflito entre elas, o resultado é algum desequilíbrio corporal.
A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é uma doença comum, muitas vezes de fácil diagnóstico e tratamento. A VPPB clássica pode ser identificada por meio de técnicas cinesiológicas, mas há casos em que o problema está relacionada a outras disfunções vestibulares. Embora de evolução normalmente benigna, pode ser perigosa, pois há risco de que determinados pacientes desenvolvam crises súbitas em locais de pouca segurança, trazendo danos à saúde.
A VPPB surge em breves momentos de vertigem e/ou leve instabilidade postural, causados por uma mudança brusca da movimentação cefálica corporal. Essa condição pode se associar a outras patologias labirínticas, normalmente ocasionando ou intensificando uma crise vertiginosa. A vertigem é um estado de desorientação do corpo no espaço, sempre indicando um desequilíbrio entre as interações vestibulares, apesar de o sintoma não sinalizar exatamente onde essa alteração se origina.
O termo “Vertigem Posicional Paroxística Benigna” é aplicado para descrever uma alteração labiríntica em que a principal apresentação clínica é a vertigem, que é episódica e não persistente (ou seja, paroxística). A palavra “benigna” é usada na diferenciação dos tipos de vertigem causados por modificações labirínticas periféricas e aquelas causadas por modificações neoplásicas centrais. O termo “posicional” implica uma associação entre os sintomas do paciente e o posicionamento cefálico no plano gravitacional.
A maioria dos sintomas estão relacionados com os movimentos rotacionais cefálicos, não com a posição final da cabeça no espaço. O aparelho vestibular é essencial para que os indivíduos se orientem no ambiente terrestre, representando um complexo neural de caráter somato-sensitivo que monitoriza a posição e os movimentos relativos à cabeça e relacionados com o campo gravitacional, usando estas informações para regular de forma automática a postura corporal e estabilizar a visão.
É por meio dele que percebemos nossos movimentos e o posicionamento corporal no campo gravitacional de referência. Estima-se que a vertigem acometa 10% da população mundial, com alta incidência de VPPB: 107 casos a cada 100.000 pessoas ao ano, ocorrendo em 50% dos casos de traumatismo craniano, segundo Knobel et al.
Se você sentir algum dos sintomas, agende uma avaliação. O problema é sério e requer tratamento para uma melhor qualidade de vida.