Inibidores de CDK
As cinases dependentes de ciclina (CDKs) desempenham papel essencial na regulação da progressão do ciclo celular, permitindo a transição entre diferentes fases. Sua ativação depende de moléculas que são sintetizadas e degradadas durante o ciclo celular – as ciclinas.
Como reguladoras do ciclo celular, sua inibição garante que células doentes não entrem em divisão celular, evitando assim que se proliferem e morram, quebrando um ciclo de crescimento tumoral.
Para tratar essa condição, é preciso fazer a utilização de uma terapia-alvo conhecida como inibidora de CDK. Este tratamento interrompe a atividade de enzimas promotoras de células cancerosas conhecidas como quinases dependentes de ciclina 4/6 (CDK 4/6).
Os inibidores das enzimas CDK4 e CDK6 são utilizadas para o tratamento do subtipo mais comum de câncer de mama, chamado HR+/HER2- (receptor hormonal positivo/receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 negativo).
Estão em avaliação três medicamentos dessa classe terapêutica:
Abemaciclibe
A segurança e eficácia de abemaciclibe como tratamento autônomo foram analisadas em um estudo com 132 pacientes com câncer de mama HR+ para HER2- que progrediu após tratamento com terapia endócrina e quimioterapia após o câncer ter se tornado metastático. O estudo mediu o percentual de pacientes cujos tumores diminuíram total ou parcialmente após o tratamento.
Palbociclibe
Na terapia de 1ª linha, a classe de inibidores de CDK4/6 demonstrou um período de mais de 2 anos sem progressão da doença em pacientes nos pacientes com essa indicação, enquanto em diversos estudos, a monoterapia endócrina proporcionou apenas 14–16 meses de sobrevida livre de progressão (SLP). Na primeira linha de tratamento, a adição de Palbociclibe ao letrozol proporcionou adiamento significativo de 10,5 meses no tempo até a primeira quimioterapia subsequente. Na segunda linha de tratamento, a adição do medicamento ao fulvestranto proporcionou adiamento de 8,8 meses no tempo até a primeira quimioterapia subsequente.
A incorporação do palbociclibe, pode reduzir os impactos do câncer de mama na capacidade laboral das pacientes, representará uma forma de tratamento mais efetiva que a hormonioterapia isolada e mais segura que a quimioterapia além de contribuir para a manutenção e melhora da qualidade de vida através da prevenção e alívio do sofrimento e da dor, além de outros sintomas físicos, sociais e psicológicos.
Ribociclibe
O tratamento com ribociclibe em associação com terapia endócrina em mulheres na pré menopausa mostrou melhorar significativamente a sobrevida global neste cenário de doença metastática HR+/HER2 negativo. A estimativa da taxa de sobrevida global em 42 meses foi de 70,2% para as mulheres no grupo do tratamento de combinação versus 46% para as mulheres no grupo de tratamento endócrino isolado. O ribociclibe está aprovado no Brasil desde julho de 2018.